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A Estratégia por Trás das Campanhas Virais e Polêmicas

E aí, ficou sabendo da última do Burger King? Pois é, eles aprontaram de novo. Dessa vez, a jogada foi o “Corno Drive-Thru”. Sim, você leu certo. A ideia era simples e direta, bem ao estilo BK: se você já levou um chifre na vida (e tivesse uma testemunha pra confirmar ali na hora, no drive-thru), ganhava um Whopper de graça na compra de um combo. Bastou o anúncio sair e pronto: a internet veio abaixo entre memes, piadas, gente realmente indo buscar o lanche “merecido” e, claro, uma galera criticando o uso de um tema tão delicado pra vender hambúrguer.
 
Mas vamos combinar, essa não é a primeira vez que o BK Brasil faz um barulho desses, né? A marca já construiu uma fama (ou seria reputação?) de ter um marketing que não tem medo de ser ousado, debochado e super conectado com o que tá rolando na cultura brasileira, especialmente na internet. Eles parecem ter um talento especial pra cutucar onças com vara curta, seja a concorrência, sejam certos tabus sociais.
 
Então, a gente aqui do Blog TBC resolveu dar uma olhada mais de perto nessa história. O que tem por trás dessas campanhas que sempre dão o que falar? É só zoeira e busca por like fácil ou existe uma estratégia pensada por trás de cada “loucura” dessas? Será que tem alguma lição que outras marcas (talvez até a sua) podem tirar disso tudo? Bora investigar juntos.
 
Nossa ideia aqui não é julgar se é certo ou errado, genial ou apelativo. Queremos mais é entender a receita desse bolo – ou melhor, desse hambúrguer. Vamos relembrar algumas campanhas marcantes, analisar a repercussão e tentar decifrar a fórmula do BK pra se manter tão relevante e comentado, ano após ano.
 
“O marketing do Burger King Brasil é um estudo de caso fascinante sobre como a irreverência calculada e uma conexão profunda com a cultura local podem gerar um buzz estrondoso. Eles não têm medo de usar o humor, a polêmica e o timing a seu favor, transformando assuntos cotidianos em conversa de marca. Mas a linha é tênue. O segredo não está só na ousadia, mas em entender até onde ir e como essa ousadia se conecta (ou não) com a identidade que eles construíram. É um risco, sem dúvida, mas que, para eles, parece compensar em termos de atenção e relevância.” — Roger Tirteu

2. Relembrar é Viver (e Viralizar): Um Tour Pelas Campanhas Mais Comentadas

Beleza, já entendemos um pouco da filosofia do BK. Mas nada como exemplos pra ilustrar, né? Vamos dar uma olhada em algumas campanhas que realmente fizeram barulho por aqui:

• “Corno Drive-Thru” (Junho 2025): A mais recente da lista e a que motivou nosso papo. A mecânica era hilária (e um tanto absurda): chegar no drive-thru com alguém que confirmasse sua “condição” de corno(a) pra ganhar um Whopper na faixa (na compra de um combo, claro). Como era de se esperar, a internet explodiu. Choveram memes, piadas, vídeos de gente tentando (ou conseguindo) o lanche. Mas também rolou crítica pesada: usar um tema que causa dor pra muita gente só pra vender hambúrguer? Foi genialidade pura em termos de viralização ou só apelação de mau gosto? O BK conseguiu o que queria: todo mundo falando deles, pra bem ou pra mal.

 

• Campanha LGBTQIA+ “Como Explicar?” (Junho 2021): Aqui o tom muda.

Essa campanha não era sobre zoeira, mas sobre diversidade. O vídeo trazia crianças respondendo de forma espontânea e sensível sobre o que significava a sigla LGBTQIA+, mostrando uma perspectiva pura sobre amor e respeito. A intenção era clara: promover a inclusão. Mas o resultado foi uma polarização gigantesca. De um lado, muita gente elogiou a coragem da marca em tocar num tema importante. Do outro, uma avalanche de críticas, hashtags negativas como #BurgerKingLixo e ameaças de boicote por parte de grupos conservadores. O interessante aqui foi a postura do BK: eles não recuaram, mantiveram a campanha no ar e reforçaram seu compromisso com a diversidade, inclusive fazendo doações para ONGs. Foi um tipo diferente de ousadia, mostrando que a marca também estava disposta a bancar um posicionamento social, mesmo sabendo que isso afastaria uma parte do público.

O que provou que a marca não estava apenas querendo o “pink money” mas de fato ela tinha um compromisso com a comunidade LGBTQIA+ e honrou estou compromisso ao criar a campanha, ao lançar, ao resistir a criticas e principalmente por manter o projeto ativo.

• “Calvo Drive-Thru” (Março 2025): Essa aqui foi um fenômeno. Quem não lembra? A ideia era premiar um tipo bem específico de calvície, aquela com “entrada por um lado, passagem por trás e saída pelo outro lado”, como eles mesmos descreveram. Se você tivesse esse “corte” e passasse no drive-thru, ganhava um Whopper. Foi genial pela simplicidade, pelo apelo visual (imagina a cena no drive!) e pelo humor que brincava com algo comum, mas de forma leve. Muita gente entrou na brincadeira, gerou um buzz gigantesco e mostrou como o BK sabe transformar uma característica física em marketing viral.

• (Menção Honrosa) As Cutucadas no McDonald’s: Não dá pra falar de marketing do BK sem lembrar das eternas provocações ao concorrente. Seja oferecendo Whopper de graça pra quem fosse vestido de palhaço (numa clara referência ao Ronald McDonald) no Halloween, seja fazendo anúncios comparativos diretos (às vezes bem ácidos), essa “briga” já virou parte do folclore publicitário e ajuda a reforçar a imagem de “rebelde” do BK.

Esses são só alguns exemplos, mas já dão uma boa ideia do cardápio variado de estratégias do Burger King Brasil. Eles vão do humor escrachado ao posicionamento social sério, mas sempre com o objetivo de gerar conversa e impacto.

3. No Fio da Navalha: Onde a Ousadia Vira Problema?

Ok, a gente viu que a ousadia do BK gera muito resultado em termos de visibilidade. Mas é óbvio que andar nessa corda bamba tem seus riscos. Esse tipo de marketing que flerta com a polêmica vive no limite, e às vezes a linha entre o genial e o problemático fica bem borrada.

O grande perigo é justamente esse: quando a piada deixa de ser engraçada e passa a ofender? Quando a provocação vira desrespeito? É uma pergunta difícil, e a resposta varia muito de pessoa pra pessoa, de grupo pra grupo. O que é só uma brincadeira pra uns, pode tocar em feridas profundas pra outros, como vimos na campanha do “Corno Drive-Thru” ou na da diversidade.

E aí entram as críticas recorrentes que o Burger King enfrenta. Muita gente acusa a marca de buscar a polêmica a qualquer custo, só pra aparecer. Dizem que eles usam temas sensíveis (como orientação sexual, identidade de gênero, ou mesmo a dor de uma traição) de forma superficial, só pra gerar engajamento fácil, sem um compromisso real com as causas. Outros apontam uma certa “falta de noção” em algumas ações, um marketing que parece mais apelativo do que criativo.

Claro que existe o outro lado da moeda. Quem defende a estratégia do BK argumenta que a visibilidade gigantesca (muitas vezes orgânica, sem gastar rios de dinheiro em mídia) compensa as críticas. Eles construíram uma imagem de marca que é percebida como autêntica justamente por não ter filtros, por ser meio “sem noção” mesmo, e isso agrada a um público específico que se identifica com essa irreverência. Além disso, eles argumentam que gerar conversa, mesmo que polêmica, é melhor do que ser ignorado no meio de tanta informação.

No fim das contas, fica a reflexão: essa fórmula do BK funcionaria pra qualquer marca? Provavelmente não. O que funciona pra eles está muito ligado à identidade que construíram ao longo do tempo e ao público que eles cultivaram, que já espera (e talvez até goste) desse tipo de abordagem. Tentar replicar isso sem ter a mesma base poderia ser um desastre pra outra empresa. É preciso muita coragem, um bom gerenciamento de crise e, principalmente, saber muito bem quem você é e com quem você está falando.

4. Afinal, o Que a Gente Aprende com o Rei da Zoeira?

Depois de analisar toda essa montanha-russa de campanhas do Burger King Brasil, fica a pergunta: dá pra tirar alguma lição prática disso tudo, mesmo que a sua marca não seja tão “sem limites” quanto eles?

A gente acha que sim. Mesmo que você não vá oferecer lanche pra corno ou calvo, tem alguns aprendizados valiosos escondidos na estratégia do BK:

• Tenha uma Voz Clara (e Sustente!): O BK sabe quem ele é (ou quem ele quer ser) e fala de acordo. Seja qual for a personalidade da sua marca – séria, divertida, especialista, acolhedora – defina essa voz e seja consistente. O público precisa saber o que esperar de você.

• Fique de Olho na Cultura: O BK é mestre em surfar nas ondas do momento. Isso não significa copiar tudo que viraliza, mas sim entender o que seu público está falando, sentindo e compartilhando. Estar atento à cultura ajuda a criar conexões mais genuínas.

• Agilidade é Ouro: No mundo digital, quem reage rápido muitas vezes sai na frente. Ter processos (ou uma mentalidade) que permitam aproveitar oportunidades de marketing que surgem de repente pode fazer uma diferença enorme. Pense: como sua marca pode ser mais ágil?

• Coragem pra Experimentar (e pra Errar): O BK não tem medo de testar coisas novas, mesmo que algumas deem errado ou gerem críticas. Marketing também é sobre experimentação. Claro, calcule os riscos, mas não deixe o medo de errar paralisar sua marca.

• Humor e Simplicidade Conectam: Muitas das campanhas mais bem-sucedidas do BK usam o humor e ideias simples, fáceis de entender e compartilhar. Não precisa complicar demais pra gerar impacto.

• Gerar Conversa é um Ativo: O BK entende que fazer as pessoas falarem sobre a marca (mesmo que seja pra reclamar) é valioso. Como sua marca pode estimular conversas relevantes em torno do seu universo?

E talvez a lição mais importante seja sobre autenticidade. Mesmo na polêmica, o BK parece ser fiel à sua identidade irreverente. Eles não tentam parecer algo que não são. Ser autêntico, dentro da personalidade que sua marca escolheu, é fundamental pra construir confiança e conexão, mesmo que você não agrade a todo mundo (e talvez justamente por não tentar agradar a todo mundo).

Claro, tudo isso vem com um grande asterisco: é uma estratégia de alto risco e alta recompensa. Exige um monitoramento constante do que está sendo dito, uma equipe preparada pra gerenciar possíveis crises e, acima de tudo, um conhecimento profundo do seu público e dos limites que você (e eles) estão dispostos a cruzar.

Conclusão: Ame ou Odeie, Impossível Ignorar

E assim termina nosso mergulho no universo paralelo que parece ser o marketing do Burger King Brasil. De lanche pra corno a prêmio pra calvo, passando por debates acalorados sobre diversidade, eles definitivamente não passam despercebidos.

Fica claro que existe, sim, uma estratégia bem amarrada por trás da zoeira aparente. Uma combinação de voz de marca autêntica (mesmo que polêmica), uma leitura afiada da cultura pop e da internet brasileira, agilidade pra pegar carona no timing certo e uma coragem (ou seria cara de pau?) pra testar limites e gerar conversa a qualquer custo.

Se é o melhor caminho? Se funciona pra todo mundo? Provavelmente não. Como vimos, é uma estratégia que anda no fio da navalha, atrai críticas e exige um jogo de cintura enorme pra não dar muito errado. Mas uma coisa é inegável: o Burger King Brasil conseguiu o que muitas marcas só sonham. Eles conquistaram atenção, se tornaram assunto frequente e construíram uma imagem que, goste-se ou não, é impossível de ignorar.

No fim das contas, o BK nos lembra que marketing não precisa ser sempre certinho e formal. Às vezes, um pouco de irreverência, humor e conexão real com o que as pessoas estão vivendo e falando pode ser o ingrediente que faltava pra sua marca também dar o que falar.

E aí, fica a pergunta no ar: qual será a próxima “genialidade” (ou “loucura”) que o BK vai inventar? Uma coisa é certa: a gente vai ficar de olho… e você?

 

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Por Roger Tirteu, via TirteuS BrandCraft | tirteus.com.br

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