Marcas comunicam valores e posicionamentos, moldando o cenário político-empresarial do mercado.
No universo dinâmico dos negócios, onde cada clique, cada post e cada campanha de tráfego pago é cuidadosamente orquestrada para impulsionar vendas e reconhecimento, existe uma dimensão frequentemente subestimada, mas onipresente: a política. Não estamos falando aqui das polarizações partidárias que dominam noticiários, mas da “política” no sentido mais amplo – a arte de influenciar, posicionar e, sim, defender ideologias. Sua marca, independentemente do seu nicho ou tamanho, já está envolvida nesse jogo. E entender como essa dinâmica funciona é crucial para construir uma presença digital que transcenda a mera transação.
Em um cenário onde o consumidor está cada vez mais consciente e exigente, o marketing deixou de ser apenas sobre as características de um produto ou serviço. Ele se tornou um campo de batalha por valores, por propósitos e por um lugar na mente e no coração de um público que espera mais do que apenas uma solução para suas dores. Marcas que se omitem ou que agem sem consciência de seu impacto, estão perdendo uma oportunidade estratégica de construir conexões autênticas e duradouras.
-Roger Tirteu
“No marketing, assim como na vida, a neutralidade é uma ilusão. Toda escolha, todo posicionamento, por mais sutil que seja, é uma bandeira hasteada. Ou você assume suas convicções e constrói uma conexão real, ou se dilui na massa do ‘tanto faz’. A autenticidade é a maior moeda.”
Quando pensamos em marketing, a primeira imagem que vem à mente é, frequentemente, a de campanhas publicitárias, logos marcantes ou estratégias de vendas. No entanto, o marketing, em sua raiz mais profunda, é um exercício de poder e influência. Ele não se limita a apresentar um produto; ele molda percepções, constrói narrativas e, invariavelmente, toma partido – mesmo que esse partido seja o da aparente neutralidade.
Cada decisão de marketing – desde a escolha do público-alvo, a linguagem utilizada nas mensagens, os canais de comunicação (seja tráfego pago, social media ou email marketing), até a forma como um produto é posicionado no mercado – reflete uma série de escolhas e valores. Ao decidir quem você quer atingir, você está, implicitamente, decidindo quem você não quer atingir. Ao adotar uma linguagem inclusiva, você está defendendo a diversidade. Ao focar em sustentabilidade, você está endossando uma causa ambiental. Essas não são apenas estratégias comerciais; são declarações de princípios que ressoam com a “política” do mundo real.
A democratização do marketing, um dos pilares da TirteuS BrandCraft, não significa apenas tornar as ferramentas acessíveis, mas também conscientizar empreendedores e negócios locais de que suas estratégias reverberam muito além dos resultados financeiros. Ao atuar como um agente de marketing com uma visão panorâmica, compreendemos que o cenário onde a marca opera é complexo e interconectado. As preferências dos consumidores são cada vez mais influenciadas por como as marcas se comportam e quais valores elas representam. Ignorar essa dimensão é perder uma oportunidade colossal de criar conexões autênticas.
A escolha de um nicho, por exemplo, não é apenas uma estratégia de mercado. É uma delimitação de quem você serve e, por consequência, quem você prioriza. Um consultório odontológico estético que foca em um público de alta renda, está fazendo uma escolha econômica e social que tem implicações políticas. Da mesma forma, um negócio local que se posiciona como “o mais barato da cidade”, está abraçando uma política de acessibilidade que pode atrair um segmento específico da população, ao mesmo tempo em que afasta outros que valorizam outros atributos. No fundo, toda segmentação, toda promessa de valor, é um manifesto sobre o papel da sua empresa no tecido social e econômico.
Se a primeira seção estabeleceu que todo marketing possui uma essência política, a discussão sobre “marcas com propósito” eleva essa premissa a um novo patamar: o da escolha consciente. Aqui, as empresas não apenas refletem valores implicitamente, mas os declaram abertamente, transformando suas ações de marketing em verdadeiros manifestos corporativos. Elas escolhem erguer bandeiras, posicionando-se ativamente em questões sociais, ambientais ou éticas que vão muito além do escopo de seus produtos ou serviços.
Este movimento não é uma moda passageira, mas uma resposta a uma mudança fundamental no comportamento do consumidor. O público de hoje, especialmente as gerações mais jovens, não busca apenas produtos ou serviços de qualidade; eles procuram marcas que ressoem com seus próprios valores e que demonstrem responsabilidade social e ambiental. Comprar se tornou, em muitos casos, um ato de endosso a uma causa. O “marketing panorâmico” que aplico exige um estudo aprofundado do cliente e do seu ecossistema, e isso inclui a compreensão das expectativas desse novo consumidor.
Empresas que adotam causas como sustentabilidade, diversidade e inclusão, equidade de gênero, ou apoio a comunidades locais, estão ativamente engajadas em uma forma de “política empresarial”. Elas usam suas plataformas – sejam suas redes sociais , suas campanhas de tráfego pago , ou o conteúdo em seus blogs – para amplificar mensagens que se alinham a esses propósitos. Por exemplo, uma clínica de estética que promove a beleza em todas as suas formas e descontrói padrões inatingíveis está fazendo mais do que vender procedimentos; está promovendo uma visão de autoaceitação e bem-estar que é profundamente “política”.
O impacto de tal posicionamento é multifacetado. Primeiramente, ele gera uma conexão autêntica e profunda com o público que compartilha desses valores, transformando clientes em verdadeiros defensores da marca. Essa lealdade transcende o preço ou a conveniência, ancorando-se em um alinhamento ideológico. Em segundo lugar, atrai talentos que buscam empresas com propósito, fortalecendo a cultura interna. Por fim, posiciona a marca como líder de pensamento em seu setor e na sociedade, ampliando seu reconhecimento e resultados reais.
No entanto, é crucial que esse propósito seja genuíno e integrado à essência da empresa. O “greenwashing” ou “socialwashing” – a mera apropriação de causas sem ações concretas – é rapidamente desmascarado por consumidores perspicazes e pode causar danos irreparáveis à reputação da marca. A autenticidade, que Roger Tirteu tanto valoriza, é a chave para o sucesso nesse território. Uma marca precisa viver o que prega, traduzindo seu propósito em ações consistentes em todas as suas operações.
Decidir posicionar uma marca com base em valores e propósitos é um movimento estratégico poderoso, mas não isento de desafios. Assim como na política tradicional, onde o alinhamento com certas ideologias pode atrair eleitores e afastar outros, no universo do marketing, assumir uma “bandeira” pode gerar tanto uma lealdade inabalável quanto uma resistência significativa. A questão não é se sua marca terá uma postura, mas sim se essa postura será consciente, estratégica e, acima de tudo, autêntica.
O principal risco ao se posicionar é a possibilidade de alienar uma parcela do seu público atual ou potencial. Ao abraçar uma causa, você pode involuntariamente confrontar valores de outros grupos, gerando críticas, boicotes e até mesmo campanhas negativas. Em um ambiente digital onde a informação se propaga rapidamente, um deslize de posicionamento ou uma percepção de inautenticidade podem ter consequências severas para a reputação da marca. É fundamental que a empresa esteja preparada para defender seu posicionamento, lidar com a controvérsia e, se necessário, admitir erros e ajustar a rota com transparência.
No entanto, as recompensas de um posicionamento corajoso e bem executado superam, em muito, os riscos para as marcas que buscam uma conexão real e duradoura. Primeiramente, o engajamento com uma causa fortalece a identidade da marca, tornando-a mais memorável e distintiva em um mercado saturado. Clientes que se identificam com os valores da sua empresa tornam-se defensores entusiastas, não apenas compradores. Eles atuam como embaixadores da marca, gerando boca a boca positivo e fortalecendo a comunidade em torno do seu negócio.
Além disso, o propósito serve como um filtro para atrair clientes mais alinhados. Roger Tirteu, ao focar em construir conexões autênticas , entende que não se trata de ter muitos clientes, mas sim bons clientes. Essa abordagem se traduz em relacionamentos mais sólidos, maior retenção e menor dependência de promoções ou preços baixos. Clientes que compram por propósito são menos sensíveis a variações de preço e mais leais, contribuindo para um crescimento sustentável e resultados reais.
O posicionamento também tem um impacto significativo na cultura interna da empresa. Colaboradores que se identificam com a missão e os valores da organização tendem a ser mais engajados, produtivos e leais. Isso é particularmente relevante em um cenário de negócios locais, onde a equipe muitas vezes é o rosto da marca e interage diretamente com a comunidade. Uma equipe motivada por um propósito claro reflete positivamente na experiência do cliente e reforça a “bandeira” que a empresa decide erguer. Em essência, as “bandeiras” corporativas, quando autênticas, transformam o marketing de uma simples transação em uma declaração de identidade, um convite ao alinhamento de valores e, em última instância, uma estratégia poderosa para o sucesso a longo prazo.
No cenário atual, a relação entre consumidores e marcas transcendeu a simples troca de bens e serviços por dinheiro. Hoje, cada compra pode ser vista como um voto, uma declaração de apoio a determinados valores e práticas. É o que chamamos de “consumo consciente”, uma força poderosa que está remodelando o mercado e ditando a “política” que as empresas devem adotar para se manterem relevantes e, mais importante, autênticas.
O consumidor contemporâneo, impulsionado por um acesso sem precedentes à informação e pela crescente preocupação com questões sociais e ambientais, não se contenta mais com o produto em si. Ele investiga a origem dos materiais, as condições de trabalho na cadeia de produção, o impacto ambiental da empresa e o posicionamento da marca em relação a temas relevantes. Uma clínica odontológica que demonstra preocupação com o descarte correto de resíduos ou que apoia iniciativas de saúde bucal em comunidades carentes, por exemplo, dialoga diretamente com um consumidor que busca mais do que um sorriso perfeito; ele busca um impacto positivo.
Essa mudança de paradigma transforma o ato de comprar em um ato de engajamento cívico. O poder de escolha do consumidor consciente força as empresas a serem mais transparentes, mais responsáveis e a definirem suas “bandeiras” de forma clara e genuína. Marcas que se alinham a causas como sustentabilidade, diversidade, inclusão ou justiça social, atraem e retêm esse público que, por sua vez, está disposto a pagar mais por produtos ou serviços que reflitam seus próprios valores. Eles se tornam, de fato, agentes de mudança no mercado, utilizando seu poder de compra para incentivar práticas empresariais mais éticas e alinhadas ao bem comum.
Para negócios locais e profissionais liberais, compreender e engajar-se com o consumo consciente é uma vantagem competitiva inestimável. Em uma era de gigantes corporativos, a proximidade e a capacidade de demonstrar autenticidade podem ser o diferencial. O “marketing panorâmico” de Roger Tirteu , que envolve o estudo aprofundado de cada cliente e a aplicação da melhor estratégia personalizada, naturalmente abrange a compreensão do perfil desse consumidor. Ao entender o que move seu público além do óbvio, é possível construir estratégias de tráfego pago , social media e conteúdo que não apenas geram cliques, mas criam conexões autênticas e duradouras.
Ignorar o poder do consumo consciente é subestimar a inteligência e o engajamento do seu público. Empresas que falham em reconhecer essa tendência correm o risco de se tornarem irrelevantes, enquanto aquelas que a abraçam com sinceridade encontram um caminho para o crescimento sustentável, o reconhecimento e a construção de resultados reais, transformando sua presença digital em algo verdadeiramente significativo.
Chegamos ao cerne da questão: como, na prática, um empreendedor ou gestor pode navegar por essa complexa intersecção entre marketing e “política” empresarial? A resposta reside em uma abordagem que transcende as táticas isoladas e abrace uma visão holística, ou o que chamo de “marketing panorâmico”. Este conceito, que nasceu da minha experiência em democratizar o marketing para negócios locais e profissionais liberais, é a chave para construir uma presença digital que não apenas gera resultados, mas também ergue suas bandeiras de forma consciente e autêntica.
O marketing panorâmico consiste em estudar cada cliente profundamente e aplicar a melhor estratégia personalizada para o seu negócio. Isso pode envolver uma combinação de tráfego pago , social media , branding , rebranding , criação de sites e landing pages , ou todas essas soluções em conjunto. Mas, mais do que a técnica, o marketing panorâmico é uma lente através da qual se observa o ecossistema completo onde a marca está inserida. Isso significa entender não apenas o público-alvo e a concorrência, mas também o contexto cultural, social e, sim, político que influencia as decisões de consumo e a percepção da marca.
Quando uma marca opera com uma visão panorâmica, ela é capaz de identificar quais “bandeiras” são genuinamente compatíveis com sua essência e com as expectativas de seu público ideal. Não se trata de seguir modismos ou adotar causas por conveniência, mas de integrar o propósito de forma orgânica à estratégia de negócio. Por exemplo, para um profissional de odontologia estética que busca a excelência, o marketing panorâmico pode envolver não apenas campanhas que mostram os resultados de procedimentos, mas também a comunicação de um compromisso com a saúde bucal preventiva ou com a autoestima dos pacientes, posicionando a marca como um agente de bem-estar integral.
Essa visão estratégica permite que as empresas se posicionem de maneira inteligente, minimizando os riscos de alienação e maximizando as recompensas de uma conexão autêntica. Ao invés de reagir a cada nova tendência ou crítica, a marca com marketing panorâmico constrói uma narrativa coesa e consistente ao longo do tempo, reforçando seus valores e atraindo um público que realmente se alinha com o que ela representa. É um trabalho que exige envolvimento direto e um relacionamento próximo com os clientes, algo que eu prezo e que considero fundamental para o sucesso.
Em última análise, o marketing panorâmico é a ferramenta que capacita empreendedores e negócios locais a transformarem sua presença digital em uma força para o crescimento e o impacto. É a metodologia que permite que sua marca não apenas venda, mas também influencie, inspire e, conscientemente, erga suas bandeiras no complexo, mas recompensador, cenário político-empresarial. É o caminho para criar conexões genuínas e entregar resultados reais e duradouros.
Ao longo deste artigo, desvendamos uma verdade incontestável: o marketing está longe de ser um território neutro. Cada decisão estratégica, desde a persona que você escolhe atingir até a mensagem que você amplifica nas suas campanhas de tráfego pago ou social media, é um ato de posicionamento, uma declaração sobre quem você é e o que sua marca representa. Longe das polarizações políticas tradicionais, a “política” do marketing reside na capacidade de influenciar, de conectar e de, conscientemente ou não, erguer bandeiras que ressoam com valores e propósitos.
Marcas com propósito não são apenas uma tendência; são a resposta a um consumidor cada vez mais consciente, que vota com sua carteira e espera que as empresas demonstrem responsabilidade e autenticidade. Embora existam riscos em se posicionar, as recompensas de construir uma base de clientes leais e engajados, que se identificam com a essência da sua marca, são incomensuráveis. É um caminho para transformar meras transações em conexões autênticas e duradouras.
É nesse cenário complexo e cheio de oportunidades que o “marketing panorâmico” se revela não apenas como uma metodologia, mas como uma filosofia. Ao estudar cada cliente em profundidade e aplicar a estratégia mais alinhada à sua realidade, conseguimos decifrar as “bandeiras” que sua marca já ergue e as que deveria erguer com intencionalidade. O objetivo é criar uma sinergia entre o que sua empresa oferece e o que ela representa, gerando reconhecimento e resultados reais.
Em última análise, o desafio para empreendedores, gestores e profissionais de marketing não é evitar a “política” em suas marcas, mas abraçá-la com inteligência e autenticidade. É hora de olhar para o seu negócio não apenas como uma máquina de vendas, mas como um agente de influência no mercado.
E a sua marca, quais bandeiras ela está erguendo hoje?
Pense nisso.
© 2025 BLOG TBC. Todos os direitos reservados.